segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cai a gravidez na adolescência





Número de jovens mães em São José diminui 38% nos últimos 10 anos; fácil acesso a contraceptivos é um dos motivos



Carolina Teodora

São José dos Campos

São José dos Campos registrou uma queda de 38,4% no número de adolescentes grávidas nos últimos dez anos.


Em 2001, a cidade contabilizou 1.983 casos de gravidez na adolescência --entre os 10 aos 19 anos de idade. Em 2010, foram 1.220 casos.



As adolescentes grávidas representaram no ano passado, 13% do total de partos realizados no município.



Os dados fazem parte de levantamento da Secretaria Municipal de Saúde divulgado com exclusividade a O VALE.



Segundo o estudo, o número de jovens grávidas cai ano a ano (veja quadro ao lado).

De acordo com a prefeitura, a boa notícia é resultado de uma rede de ações de orientação e assistência além da facilidade no acesso aos métodos contraceptivos.



A rede pública de saúde de São José distribui por mês uma média de 150 mil preservativos e 70 mil ‘pílulas do dia seguinte”. A pílula quando ingerida pela mulher até 72 horas após a relação sexual desprotegida impede a gravidez em 95% dos casos.



A distribuição desse remédio pela rede pública de São José começou em 2005 após uma grande polêmica envolvendo a Igreja Católica, Câmara e Ministério da Saúde.



Amor. Ana Paula Silva Monteiro, ginecologista e responsável pelo programa Saúde da Mulher em São José, disse que apesar da queda positiva, existe um comportamento muito preocupante da juventude atual: parte das adolescentes que ainda engravidam o fazem de propósito ‘como prova de amor ao namorado’.



Segundo ela, o mais importante do processo de evitar a gravidez na adolescência é a educação e conscientização dos jovens tanto na escola como dentro de casa.



“Tem adolescente de 11 anos que está grávida. Os jovens hoje sabem dos métodos de prevenção, mas muitas vezes não usam achando que nada vai acontecer com eles.”





Aos 15 anos, jovem descobre gravidez



São José dos Campos

Sexta-feira, 15h. Paloma Stefani Silvia Santos, 15 anos, descobriu que em seis meses vai ganhar um menino.



De pronto, a mãe de Paloma, Maria Aparecida Silvia, 33, escolheu o nome do neto: Pablo Henrique. Ainda sem perceber a importância da descoberta, Paloma aceitou a sugestão.



Sua maior empolgação era a voltar logo para casa no Bairrinho, na zona norte de São José, e ir para a rua contar às amigas, que naquele momento estavam chegando da escola.



Apesar de saber que está grávida, que é menino, e até de já ter definido o nome do primogénito era nítido de que a ‘ficha’ de que vai ser mãe ainda não havia caído na jovem mãe.



Segundo ela, o namorado de apenas quatro meses, e pai do bebê, já disse que não vai assumir a criança. Ela vai ter que se virar contando somente com a ajuda da mãe.



“Não quero forçar ele ficar comigo. Foi um erro nosso e agora vou ver o que vou fazer da vida”, disse.



De novo. Maria Aparecida, mãe de Paloma, já viveu a mesma novela. Teve a primeira filha aos 16 anos. “Minha vontade é de chorar muito, mas não vou expulsar ela de casa, como a minha mãe fez comigo”.



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